Vista panorâmica da cidade de Québec

segunda-feira, 12 de março de 2012

Brasileiros ocupam empregos disputados no Canadá e na Austrália

A reportagem abaixo, fala em linhas gerais do processo de imigração para trabalhadores qualificados no Canadá e Austrália, mas, lendo observei tantas contradições que me fizeram rir muito, como por exemplo as facilidades anunciadas pela imigração do Quebec, sem falar no prazo mentiroso que divulgaram, "Em geral, o tempo de espera para receber o visto leva de 10 a 12 meses." Faz-me rir.

Enfim, esta reportagem é de  22/01/2012, portanto caros leitores não se iludam, não se iludam...


Brasileiros ocupam empregos disputados 
no Canadá e na Austrália

Diferentemente do que acontece na maior parte do mundo desenvolvido, abalado pela crise financeira, alguns países querem atrair imigrantes, com a ressalva de que sejam profissionais qualificados com nível técnico ou superior. 

Júlio César, Wendel, Fernanda e Viviane vão trabalhar na província de Quebec a partir deste ano

Por motivos como a escassez de mão de obra, a baixa natalidade e o envelhecimento da população, esses lugares deixam de preencher um volumoso número de vagas de emprego, o que pode emperrar a economia e comprometer o crescimento do país. Assim, várias nações estabeleceram novas legislações ou relaxaram as antigas, com o intuito de colaborar com a entrada de trabalhadores estrangeiros. Os destinos com mais apelo no Brasil são o Canadá e a Austrália, que possuem programas consolidados de imigração qualificada. Países como a Nova Zelândia, a Alemanha e o Japão também facilitam o processo, embora ainda careçam de assessorias por aqui.

A província canadense de Quebec atrai, anualmente, 1,4 mil brasileiros por meio de um programa estimulador de imigração, que auxilia na elaboração de currículos e de cartas de apresentação, além de repassar o anúncio de vagas. Se necessário, há ainda aulas gratuitas para aperfeiçoamento do francês (idioma oficial da região). 

O recém-chegado tem todos os direitos de um cidadão canadense, como assistência médico-hospitalar, previdenciária, além de outros benefícios extensivos a familiares (esposa e filhos). O programa não garante emprego, mas o governo ajuda na busca por uma colocação no mercado de trabalho. 
Segundo o assessor em relações públicas do escritório de Quebec no Brasil, Gilles Mascle, a qualidade de vida conta muito na hora de decidir mudar: no Canadá, o índice de criminalidade é mais baixo, a saúde é sempre gratuita e cerca de 92% dos alunos são da rede pública.

A promessa de uma vida melhor foi o que atraiu o analista de informação Marcos Rodolfo, 37 anos, que, em 2010, saiu de São Paulo rumo à vila de Sainte-Julie, nas proximidades de Montreal. Ele teve assistência do governo canadense para a mudança e, ao chegar ao país, recebeu indicações de locais para trabalhar. “Tínhamos uma boa estabilidade, mas nos cansamos do Brasil e de todos os seus problemas. Mesmo ganhando menos, consigo manter quase o mesmo nível, já que não pago escola nem hospital”, atesta o hoje funcionário de banco, que vive com a esposa e os dois filhos. 

Após selecionar quem pode trabalhar no país, o governo do Canadá emite o visto de residência permanente, desde que os candidatos satisfaçam as exigências locais. O interessado precisa ter formação tecnóloga ou superior, de acordo com o que o mercado carece, experiência profissional de no mínimo dois anos e nível intermediário da língua francesa. Também há preferência para quem tem até 35 anos. Em geral, o tempo de espera para receber o visto leva de 10 a 12 meses. 
Quebec possui leis de imigração diferentes das do restante do país, pois lá existe uma defasagem maior de profissionais qualificados. “Está prevista a criação de 230 mil vagas nos próximos cinco anos”, conta Mascle.
 
O governo canadense investe pesado na divulgação do programa no Brasil e promove palestras em diversas cidades para captar potenciais imigrantes. Foi em um desses eventos que o auditor fiscal Wendel Farias Lopes, 37 anos, e sua esposa, a relações públicas Fernanda Calado Lopes, 28, decidiram migrar de Brasília para o Canadá. Depois de conhecer o país a passeio, o casal vai de mudança no segundo semestre, provavelmente em outubro. Já para a arquiteta Viviane Silva Berlim, 29, moradora do Guará, a motivação veio de familiares que residem no país há três anos. Ela diz que a segurança pesou na escolha. “A taxa de homicídio em Gatineau, para onde vou, foi de 15 mortes por ano. Aqui, essa é a taxa de um fim de semana. Meus parentes vieram para cá (Brasil) e esqueceram a porta da casa deles aberta. Não houve qualquer problema”, exemplifica. Viviane está com passagem marcada para julho.
 
O analista de sistemas Júlio César, 35 anos, que parte para o Quebec em novembro, crê que o poder aquisitivo na província é mais alto que Brasília. “Lá, imóveis enormes custam 200 mil dólares canadenses, cerca de R$ 400 mil. Esse é o preço de uma quitinete na Asa Norte”, compara. 

Outra opção para quem está de olho em oportunidades de emprego qualificado no exterior é a Austrália, que tem preferência para receber profissionais das seguintes áreas: engenharias, contabilidade e tecnologia da informação. “Eles têm mais facilidade de equivalência de reconhecimento de diploma”, explica o gerente regional da assessoria de imigração Viva na Austrália, Vinícius Barreto. 

Por meio desse programa, cerca de 100 brasileiros vão trabalhar em território australiano anualmente — número considerado baixo pelos representantes do país. “Por conta da exigência maior no nível de inglês, diminuiu a procura”, diz Barreto. Outro entrave é a burocracia. “Precisa entregar todos os documentos acadêmicos e comprovar experiência”. O tempo do início do processo até o pouso na Terra do Canguru pode ser de 18 a 24 meses.
 
Apesar da lentidão e da quantidade de exigências, o país da Oceania tem pontos forte a seu favor.  
“A Austrália está em vários rankings como um dos três melhores lugares no mundo para morar”, afirma Barreto, que viveu cinco anos no país, por meio do programa que hoje dirige. “A adaptação é facilitada se o destino possuir algumas características da terra natal”, argumenta. Foi assim que o engenheiro mecânico Mauro Barros Lopes Filho, 38 anos, ex-morador de Porto Alegre, se consolou ao ver muitas características semelhantes ao Brasil em seu novo lar.“Mesmo clima, praias boas. Os australianos são tão calorosos como os brasileiros”, conta ele, que mora lá desde 2008. E aconselha os futuros imigrantes: é bom guardar uma quantia razoável de dinheiro para os primeiros meses. 
Outra dica do engenheiro é se informar bastante sobre os destinos, saber se eles oferecem aquilo que o imigrante deseja. “É importante saber qual é a vocação da cidade. Por exemplo, Melbourne é bem cosmopolita.”
 
O representante do Viva na Austrália garante que o mercado de trabalho local está bastante aquecido.
Ele alerta que o programa não garante emprego a ninguém, mas afirma que os profissionais são absorvidos rapidamente pelas empresas de lá. “Nós indicamos sites onde há oferta de vagas, mas a pessoa tem que ir atrás das entrevistas”, ressalta

Contato direto
Existem outros destinos que também têm uma legislação mais flexível para imigração de profissionais qualificados, mas não possuem assessoria no Brasil. O interessado tem de entrar em contato diretamente com o país desejado, sem nenhuma mediação por aqui. A Nova Zelândia é um exemplo. Mais recentemente, a Alemanha, que vem nadando contra a corrente da crise financeira, conseguiu ampliar o número de empregos para estrangeiros. No ano passado, o país modificou sua lei de imigração, que agora vai ter menos obstáculos para esse trabalhadores.
 
O Japão, que historicamente oferece muita resistência a quem é de fora, tem sentido o impacto do envelhecimento da população e, agora, se vê obrigado a aliviar as barreiras. A partir de abril deste ano, entrará em vigor um sistema para receber profissionais altamente qualificados vindos de outras nações. 

O processo será por meio de pontuação, obedecendo aos seguintes critérios: nível educacional, experiência profissional e conhecimento da língua japonesa. Quem for considerado um trabalhador “preferencial” terá direito a pedir o visto permanente depois de cinco anos morando no Japão. As facilidades serão restritas a profissionais ligados às áreas acadêmica, de pesquisa, médica e executiva, além de outros setores bem específicos.
 
Nacionalidade
Os que atenderem as exigências receberão vistos permanentes, mas só terão a cidadania depois de algum tempo de vivência. No caso do Canadá, é preciso estar morando no país há pelo menos três anos. Na Austrália, a tramitação pode começar após quatro anos de moradia.

Mais detalhes sobre os programas de imigração qualificada nos sites abaixo:
www.imigracao-quebec.ca
www.vivanaautralia.com

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